quinta-feira, 17 de junho de 2004

Puta que o pariu

Hoje definitivamente não é um bom dia pra escrever. Como é de conhecimento de todos, o São Paulo vacilou no final do jogo, ficou esperando a decisão nos pênaltis e tomou o gol. Com certeza esse era o ano para sermos campeões da Libertadores de novo. Agora, nem sei se o Brasileiro, já que o time vai ficar abalado. Por sinal, isso é uma coisa que não dá pra entender. O time vinha bem, ganhando, e começa com crise, neguinho discutindo em vitórias, o técnico falando que, se fosse da diretoria, não teria se contratado. Qual o problema? Tem que ficar falando besteira pra imprensa, que sozinha já inventa besteira o suficiente?

Não vou negar que estou de mal humor. Mas estou até que bem agora. Depois da maré vem a calmaria, sabe? Acordei trincando de mal humor, melhor não falar nada com ninguém. Ainda estou adotando essa postura, principalmente pra não ficar ouvindo besteira de neguinho que nunca viu bola na vida (..entendeu Cassio?) e acha que vai discutir comigo. Sim, pra isso sou muito mala, quer discutir futebol comigo, que seja muito bom, porque entendo do assunto. Não vem com merda de corinthiano: "Meu time é melhor porque é melhor", pra não ganhar um "Vai tomar no meio do seu cu".

Mas fugi ao que ia escrever. O São Paulo de ontem lembrou o São Paulo de outras duas derrotas esse ano. No primeiro tempo, lembrou o jogo contra o São Caetano, jogando de uma maneira que não é a sua, totalmente perdido, dando espaço para o adversário, a defesa jogando praticamente no meio de campo. Já no segundo tempo lembrou a derrota para o Rosario Central na Argentina. Jogou melhor, mas sem vontade alguma de fazer gol, querendo empatar, e, como todo mundo sabe, quem quer empatar, perde. O lance do segundo gol do Once Caldas, todo jogador de futebol já sabe o que tem que fazer: enfia a mão no cara, faz falta, é expulso, faz o que quiser, mas não deixa o cara dar o passe pro atacante dentro da área, na cara do goleiro!

O Once Caldas certamente teve seus méritos. O treinador foi muito inteligente, armou o time contra as cobranças de falta do Rogério, colocando os atacantes bastante avançados sem ficarem em impedimento, forçou o São Paulo a ter seu jogo armado pelos volantes (que não acertam passes de dois metros), e jogava na diagonal contra a defesa do São Paulo, que, mal posicionada, ficava tomando bola nas costas.

O juiz também não teve nada a ver com a história. Num único lance que errou, foi na falta que deveria ter dado do goleiro em cima do Gustavo Nery fora da área. Mas também não ia sair nada daquela falta.

O São Paulo perdeu pra si mesmo. Perdeu porque não confiou que poderia dominar o jogo como dominou e partir para cima dos colombianos dentro da casa deles, parte esta que falhou. Dominou o jogo e ficou se contendo no ataque, quando poderia (deveria) ter matado a partida antes. Não acho de maneira alguma que o time tenha pipocado. Até mesmo porque jogou melhor o segundo tempo inteiro, deu uma brecha e os caras fizeram o gol. Se tivesse pipocado, tinha jogado mal o jogo inteiro, tomado mais gols e etc. Até acho que em algumas das últimas decisões o time pipocou, mas não com a intensidade em que se fala na imprensa, que, por sinal, considero culpada nesses rótulos novos que se vêm colocando em times e jogadores. Rótulos esses que só vem para colaborar com a crescente mediocridade que vem assolando nosso futebol, ao colocar ainda mais pressão nos participantes e organizadores do espetáculo.

Mas pelo menos acho que fui até bem na prova de redes. Não estava tão complicada quanto achei que estaria. E amanhã termina tudo.

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